sexta-feira, julho 10, 2009

E S T I L O


Ter ou nao ter, eis a questao. E se voce pensa que isso só se resolve com muita grana está enganada! Ter estilo é algo muito além de possuir peças carrissimas.
O segredo é saber expressar sua personalidade, ou até seu humor do dia, através de roupas e acessórios. E para isso nao é preciso ter a conta bancária super recheada: basta se conhecer, ter em mente o que voce gosta ou detesta e o que fica bem em seu tipo físico.
Voce já reparou que as pessoas mais elegantes ou descoladas sao aquelas que tem opinioes próprias e conseguem expressar sua identidade logo de cara, pelo visual? Pois nao se engane, nossas escolhas dizem muito sobre quem nós somos! E nossa essencia está por trás de cada peça de roupa que adquirimos e vestimos.
Entao, se voce está a fim de repaginar sua imagem ou apenas se sentir mais atraente no dia-a-dia tente se conhecer melhor. É com essa consciencia que voce será capaz de aliar confiança e boas compras para sair por aí atraindo elogios e esbajando atitude!

terça-feira, julho 07, 2009

Pensando a moda brasileira

Visto de fora parece ser fácil definir o estilo brasileiro como praiano - "beach wear"-, " a Califórnia das coleções européias", de acordo com presidente da Federação Francesa da Costura, do Prêt-à-Porter dos Costureiros e dos Criadores de Moda, Didier Grumbach. Mas pra quem vê de perto, não é bem assim. Brasil não é só Rio de Janeiro.
Na verdade, é bem difícil definir um estilo para um país tão grande e diverso culturalmente e, por isso, muitas vezes caímos na discussão da falta de estilo total. Em geral, a nacionalidade de franceses, norte-americanos e ingleses,por exemplo, fica evidente só pelo modo como eles se vestem. O estilo (pelo menos para aqueles que entendem um pouquinho de moda) é claro. Mas o que acontece com o brasileiro? Ele é reconhecido por apresentar uma característica marcante ou, justamente, pela total falta de personalidade?
Uma boa explicaçao para isso está no fato de que quem faz a moda por aqui está somente interessado em faze-la para o "mundinho"- a moda para quem entende de moda- e com isso boa parte da população acaba não tendo acesso as informações do universo "fashion". Dessa forma, consomem aquilo que é mais "aparente" (o que todos estão usando e está sendo copiado a exaustao), não conseguindo ir além do óbvio quando o quesito é mostrar estilo. A roupa é vista como apenas algo para cobrir o corpo e deixar apresentável. Será então que o consumo consciente da moda no Brasil será, para sempre, um privilégio dos ricos e dos fashionistas?
Provavelmente não. Apesar do mundo da moda ser caracterizado pela vaidade, existem exemplos de ícones fashion que também criam roupas para aqueles que não podem gastar tanto numa peça. Lá fora, nos EUA, a atriz Sarah Jéssica Parker, queridinha das grandes marcas desde que deu vida a personagem Carrie Bradshaw, jornalista super antenada do seriado Sex and the City, é dona da marca feminina “Bitten”. Segundo ela, a intenção é aliar sua paixão sobre a moda com a vontade de criar uma linha de roupas com design de qualidade e preços acessíveis. Para se ter uma idéia, as peças da Bitten não passam 20 dolares, o que seria aqui cerca de 40 reais. E alguém no Brasil consegue achar facilmente uma peça de qualidade, de marca conceituada, por esse preço? Fica aqui o recado de Sarah para os fashionistas brasileiros: “É inegável o direito das mulheres de ter um guarda-roupas que alie confiança e estilo com dinheiro de sobra para viver!” . Será que essa moda pega no Brasil?

quarta-feira, julho 01, 2009

CARTIER-BRESSON, O FOTÓGRAFO DONO DE SEU TEMPO



Henri Cartier-Bresson, fotógrafo francês, é reconhecido como a referência do fotojornalismo mundial. Falecido em 2004, Bresson completaria em 2008 um centenário de vida. Mesmo não estando presente em carne e osso, podemos ter certeza que esse gênio da fotografia ainda é, e será por muito tempo, celebrado por todos que admiram o poder de uma bela imagem. Tamanha adoraçao nao é por acaso. A foto de Bresson não registra qualquer instante, como a maioria das fotos, mas capta o
momento decisivo, o instante capaz de expressar a essência de uma situação. Cartier-Bresson sempre foi apaixonado pela pintura e, desde cedo, realizava suas primeiras expressões artísticas com o desenho. Foi na juventude, entretanto, que ele começou sua extraordinária carreira como fotógrafo. Sua primeira imersão nesse universo foi na Costa do Marfim, um cenário bastante inexplorado pelas lentes dos fotógrafos da época. Lá fotografou com sua máquina Leica durante um ano para depois revelar as imagens ao mundo, em uma ediçao da revista “Vee”.
Guiado pelo simples acaso, por sua intuiçao e principalmente por seu olhar afiado, Bresson presenciou os mais importantes e diferentes acontecimentos nas décadas em que trabalhou como fotojornalista. Viajou para lugares como Paquistão, India, China, Cuba, antiga União Soviética, entre outros, registrando instantes inesquecíveis que, provavelmente, nao seriam tao bem retratados por outros. Cobrindo a Segunda Guerra Mundial acabou sendo prisioneiro em 1940 na Alemanha, mas conseguiu fugir em 1943. Quatro anos depois, com Robert Capa e outros dois fotógrafos fundou a agência Magnum. Conhecida por ser bastante seletiva e permitir o trabalho autoral de fotógrafos, a agencia é referencia até hoje.
A partir da década de 70, Bresson parou de fotografar e regressou às suas paixões originais: a pintura e o desenho. Ele já havia dito: “Na verdade, não estou nada interessado na fotografia em si. A única coisa que quero é captar uma fração de segundo da realidade.” Considerava que faltava grafismo na foto, apesar de seus registros serem extremamente equilibrados.
No documentário PONTO DE INTERROGAÇÃO, pude perceber como Cartier - Bresson sustentava seu próprio mito. Nao se sentia a vontade na frente das lentes - dizia que nao queria que fizessem com ele o que ele fazia com os outros -, considerava-se um "batedor de carteira" ao "roubar" aqueles instantes dos retratados, lembrava-se de muitas das fotos que nao havia tirado, era severo dentro de sua própria leveza. Como o título do filme bem demonstra, o fotógrafo frances tambem possuia a arte de nao responder as perguntas, dizia que nao gostava de tirar conclusoes, e tinha o costume de criar novas indagaçoes a partir do que lhe fora perguntado. A atitude "zen" de Bresson fica bem evidente em Ponto de Interrogaçao. Sua formaçao em pintura e filosofia pela Universidade de Cambridge influenciou seu ponto de vista e apurada observaçao. A inspiraçao do movimento surrealista e da concepçao inconsciente também acabaram por torná-lo o fotojornalista que foi. Quando indagado se o que viu acabou por tranformá-lo, Bresson respondeu : " Espero que sim".
O trabalho de Henri Cartier-Bresson deve ser encarado segundo a máxima de outro gênio das artes, Rodin: “O que se faz com tempo, o tempo respeita”. Cartier- Bresson é, definitivamente, dono de seu tempo. Foi tido como morto quando estava vivo e vivo quando já havia morrido. Ele dominava o instante, e o acaso , com certeza, sempre esteve a seu lado.