quarta-feira, março 28, 2007

Um pouco de Vinícius

Vinicius de Moraes - Sei lá a Vida Tem Sempre Razão (cifrada)

Tem dias que eu fico pensando na vida

E sinceramente não vejo saída

Como é por exemplo que dá pra entender

A gente mal nasce e começa a morrer

Depois da chegada vem sempre a partida

Porque não há nada sem separação

Sei lá,

Sei lá

Só sei que é preciso paixão

Sei lá,

Sei lá

A vida tem sempre razão.

A gente nem sabe que males se apronta

Fazendo de conta, fingindo esquecer

Que nada renasce antes que se acabe

E o sol que desponta tem que adormecer


A hora do sim é o descuido do não

Sei lá,

Sei lá

Só sei que é preciso paixão

Sei lá,

Sei lá

segunda-feira, março 26, 2007

Domingo, 9 AM

Chegou à conclusão de que só se sentia vivo no mundo virtual.
Não se adaptava, não mais suportava a podridão da carne e a dureza do osso.
Preferia a distância.
Ali mantinha longos diálogos consigo mesmo, discutia filosofia com os grandes mestres (muitos deles, considerados "mortos"- "ah, se eles soubessem"....). Muitas vezes, também, se lambuzava com cultura inútil sem que ninguém visse.
Ali ele não era julgado.
"Nada mais me interessa nessa vida de amargura", dizia para si mesmo todo (o) dia.
Nem mesmo o sonho lhe parecia vital, sua mente não mais sentia a necessidade do descanso. Trabalhava a mil por hora. Queria saber mais, ler mais, ver mais, fazer mais...
Diante disso, apaixonou-se pela solidão. Era a parceira ideal para ele aproveitar a vida como queria.
"Não é impossível ser feliz sozinho...", dizia .

sábado, março 24, 2007

A insaciável espera

Um som rompeu o concreto do silêncio. Podia ouvir seus passos pelo corredor. "Finalmente", pensava, "chegou o tão esperado momento".
Era capaz até de sentir o seu perfume, que lhe atiçava a memória dos antigos momentos felizes.
Havia chegado.
Sem mais demora, correu até a porta, escancarando-a, seus olhos brilahavam com uma felicidade infantil, sua mão tremia de ansiedade:

- Já era hora!!! Esqueceu-se do tempo que combinamos?!

Pegou o pacote, sentou-se no chão e pôde, enfim, devorar uma média de bananana, açúcar e canela, comemorando os últimos 3 kg perdidos.

Como amava pizza!!!

sexta-feira, março 23, 2007

inCertezas

A dúvida não saía de seus pensamentos. Fizera a escolha certa? E agora, haveria volta?

Diante de um mundo turbulento e fadado à destruição, é quase um paradoxo pensar no futuro. Por que nosso estilo de vida é assim? Por que existe um estilo de vida? Quem foi o infeliz que criou essa condição e limitou tão profundamente a vida humana? E quem não deseja se encaixar nesses termos, faz o quê?

Chega, já não queria mais perguntas em sua mente. Ignorou os questionamentos que cismam em lhe chamar a atenção.

Fato é que houve uma desilusão - dentre tantas outras já vividas, mais uma para lhe desanimar.
Apenas gostaria de entender o porquê (mais uma vez). Seria por conta de seu perfeccionismo? Ou sua mania de idealizar as coisas? Ou, simplismente, imaturidade? Ou, quem sabe, inocência...

Em uma vida de incertezas, essa era mais uma. O que fazer?

Decidida a não mais se preocupar com o futuro, que sempre enxergou de modo ansioso e apreensivo, resolveu ir pro mundo viver a vida como ela é.
Mas agora, sem as ilusões e os medos que tanto a atormentavam. Será que consegue?

segunda-feira, março 19, 2007

Eu nasci há 19 anos atrás

e tenho a sensação de que nada sei dessa vida...

sábado, março 17, 2007

A insuportável vivência no caos

Fico estarrecida ao perceber que, longe da cidade grande, tudo parece mais fácil: a vida é mais leve. Não existem surtos consumistas como os que atacam os que ficam na metrópole, há menos comentários idiotas de homens que não respeitam nem mais a mãe, não é preciso andar de carro (ou ônibus, muito menos metrô), não há necessidade de acessar o orkut o tempo todo. Esses são apenas alguns exemplos...
Numa cidade pequena, pela proximidade com a natureza, seja o mar ou a mata, ou quem sabe, os dois, tem-se a sensação de que o homem ainda possui a capacidade (por menor que seja) de conviver em paz e respeitar a natureza, de compreender seu lugar dentro dela e perceber que para nos “darmos bem” (no sentido malandro da expressão) devemos utilizá-la com cuidado, muito cuidado.
Mas é só chegar nesse pandemônio, nesse caos urbano onde mal se avista o céu, respirar CO2 e engolir fuligem pra todo lado, e esquecer daquela paz. É esquecer que pessoas puras ainda habitam esse planeta, que crianças podem brincar tranqüilas nas ruas e suas mães têm tempo para dar-lhes atenção e carinho, regando os frutos que colheremos amanhã.
Por aqui só vemos deliquência, abandono, descrença e desrespeito.


(Queria fugir para um lugar onde só fosse permitida a entrada de gente do bem, onde não existisse corrupção e o primeiro a se corromper fosse expulso para sempre. Será que é pedir demais? Será que o que eu quero é ir para o Paraíso?
Não, eu ainda pretendia viver mais um pouco...
Viver, e não sobreviver.
Por aqui, tudo me parece sujo e errado. Existe esse outro lugar?)