sábado, março 17, 2007

A insuportável vivência no caos

Fico estarrecida ao perceber que, longe da cidade grande, tudo parece mais fácil: a vida é mais leve. Não existem surtos consumistas como os que atacam os que ficam na metrópole, há menos comentários idiotas de homens que não respeitam nem mais a mãe, não é preciso andar de carro (ou ônibus, muito menos metrô), não há necessidade de acessar o orkut o tempo todo. Esses são apenas alguns exemplos...
Numa cidade pequena, pela proximidade com a natureza, seja o mar ou a mata, ou quem sabe, os dois, tem-se a sensação de que o homem ainda possui a capacidade (por menor que seja) de conviver em paz e respeitar a natureza, de compreender seu lugar dentro dela e perceber que para nos “darmos bem” (no sentido malandro da expressão) devemos utilizá-la com cuidado, muito cuidado.
Mas é só chegar nesse pandemônio, nesse caos urbano onde mal se avista o céu, respirar CO2 e engolir fuligem pra todo lado, e esquecer daquela paz. É esquecer que pessoas puras ainda habitam esse planeta, que crianças podem brincar tranqüilas nas ruas e suas mães têm tempo para dar-lhes atenção e carinho, regando os frutos que colheremos amanhã.
Por aqui só vemos deliquência, abandono, descrença e desrespeito.


(Queria fugir para um lugar onde só fosse permitida a entrada de gente do bem, onde não existisse corrupção e o primeiro a se corromper fosse expulso para sempre. Será que é pedir demais? Será que o que eu quero é ir para o Paraíso?
Não, eu ainda pretendia viver mais um pouco...
Viver, e não sobreviver.
Por aqui, tudo me parece sujo e errado. Existe esse outro lugar?)

Um comentário:

b. disse...

Lugar nenhum na Terra. Não por menos diziam alguns esse ser o verdadeiro Inferno.

Não basta. Viver na cidade pequena não muda, mesmo que a ilusão seja gostosa, ainda é passageira.

Mais cedo ou mais tarde você é consumido de alguma maneira, e a pior é quando a agente é a própria consciência. Nada mais angustiante quanto saber. Pensar. Culmina no não saber.

Talvez se tivessemos nascido no meio do nada, como mogli ou como o cara do interior do nada no Ceara. Talvez.

Ainda assim,

nao teriamos nós a sensação que algo esta faltando?


Beijos querida.